Terminei hoje à tarde de ler o livro "A sangue frio" do Capote e tal como já me havia parecido, não houve realmente um móbil para o crime: "- Não sei como aquilo sucedeu (...) Estava furioso com o Dick. O Valentão! Mas não foi por causa dele. Nem pelo medo de ser identificado. Apeteceu-me arriscar no jogo. Também não foi em virtude de coisa nenhuma que tivessem feito os Clutters. Nunca me prejudicaram em nada, como esses que sempre foram malandros para mim durante a vida inteira. Talvez os Clutters estivessem destinados a pagar pelos outros. (...) Se estou arrependido? Se é isso o que queres saber podes crer que não. Não sinto nada que se relacione com isso. Desejaria sentir. Mas a verdade é que a coisa não me preocupa. Meia hora depois do caso passado, Dick estava a dizer piadas e eu a rir-me com elas..."
Entendo, agora, o porquê de ter sido tão polémica a publicação deste livro... com tantos pormenores relativos ao assassinato e com um retrato psicológico tão profundo dos criminosos, sobretudo de Perry. Apesar da crueldade do crime nota-se na forma como Capote descreve Perry, que este nutre uma certa simpatia por ele, alías isso nota-se também em algumas pessoas que lidaram com Perry durante o tempo que esteve preso e que Capote também entrevistou...
Há um artigo de uma revista de Julho de 1960 da "American Journal of Psychiatry", que se intitula "Crime sem motivo aparente - um estudo da desorganização da personalidade" que gostaria de ler, mas aparentemente é preciso pagar para ter acesso ao artigo... creio que Perry deveria sofrer de algum tipo de problema de foro psiquiátrico... apesar de revelar lucidez e ser capaz de destingir o Mal e o Bem, imagino que de certa forma ele tenha contido à sua agressividade ao longo da vida contra muitas pessoas que lhe fizeram mal e que no momento do crime tenha inconscientemente descarregado à sua violência contras essas pessoas apesar de não conhecer, nem ter qualquer relação com as vítimas...
Entendo, agora, o porquê de ter sido tão polémica a publicação deste livro... com tantos pormenores relativos ao assassinato e com um retrato psicológico tão profundo dos criminosos, sobretudo de Perry. Apesar da crueldade do crime nota-se na forma como Capote descreve Perry, que este nutre uma certa simpatia por ele, alías isso nota-se também em algumas pessoas que lidaram com Perry durante o tempo que esteve preso e que Capote também entrevistou...
Há um artigo de uma revista de Julho de 1960 da "American Journal of Psychiatry", que se intitula "Crime sem motivo aparente - um estudo da desorganização da personalidade" que gostaria de ler, mas aparentemente é preciso pagar para ter acesso ao artigo... creio que Perry deveria sofrer de algum tipo de problema de foro psiquiátrico... apesar de revelar lucidez e ser capaz de destingir o Mal e o Bem, imagino que de certa forma ele tenha contido à sua agressividade ao longo da vida contra muitas pessoas que lhe fizeram mal e que no momento do crime tenha inconscientemente descarregado à sua violência contras essas pessoas apesar de não conhecer, nem ter qualquer relação com as vítimas...
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