segunda-feira, 31 de maio de 2010

Fare il portoghese

Há alguns anos atrás quando dizia aos italianos que era portuguesa alguns deles riam e brincavam, dizendo que "portoghese" significava de uma forma simplista aquilo que nós aqui chamamos de "caloteiro", alguém que usufrui de algo e não paga... Isso sempre me intrigou e há umas semanas atrás quando via o "Camâra Clara" na 2 surgiu a explicação... o engraçado é que afinal os italianos é que eram os "tranbiqueiros" desta história.
A expressão "
fare il portoghese" está relacionada com um facto histórico ocorrido em Roma no século XVIII, quando o embaixador de Portugal no Vaticano enviou os portugueses residentes em Roma a assistir gratuitamente a um espectáculo teatral junto ao Teatro Argentina, não sendo preciso de convite formal, bastando declarar a nacionalidade portuguesa.
Muitos habitantes de Roma tentaram aproveitar a oportunidade fazendo-se passar por portugueses, vindo daí a expressão "
non fare il portoghese" para que as pessoas se abstenham de usufruir de um serviço sem o pagar...

domingo, 30 de maio de 2010

Involuir

É assustador ver nas novas gerações pessoas com a cabeça tão cheia de preconceitos, ainda mais assustador por terem acesso à informação e mesmo assim serem tão "close minded"... Como é que a nossa sociedade poderá evoluir quando as próprias pessoas parecem regredir a uma mentalidade medieval ou mesmo pré-histórica?
A massificação industrial e a produção em série parece ter chegado de tal forma às pessoas que a sociedade é incapaz de compreender e tolerar as diferenças...

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Gyps Fulvus

O abutre-fouveiro ou grifo ("gyps fulvus") é uma ave de grande porte, com uma envergadura de cerca de 280 cm, que pode atingir entre 8 a 10 kilos de peso.

É uma espécie existente no nosso país e que se encontra sobretudo na parte norte junto à zona de fronteira, sendo mais abundante no noroeste transmontano.

É uma ave essencialmente necrófaga, que se alimenta de carcaças de animais médios e grandes, sobretudo ungulados (embora existam relatos de ataques a presas vivas, que se encontravam debilitadas). No passado alimentava-se de veados e gazelas, mas na actualidade devido a sua escassez, a sua dieta inclui mais animais domesticados como a vaca, a ovelha e o cavalo. Para se alimentar fazem um buraco na cavidade abdominal, comendo as entranhas e a seguir devoram os músculos e os restantes tecidos.

A ausência de penas no pescoço prende-se precisamente com a alimentação, pois facilita não só que se mantenham limpos e impede também que fiquem presos pelo pescoço nalguma carcaça.

Constroem os seus ninhos em cavidades rochosas, nidificando em colónias de pelo menos 20 casais. Põem apenas um ovo, que é incubado durante cerca de 2 meses. Os cuidados com a cria levam em média cerca de quatro meses.

A legislação sanitária que obriga a eliminação de animais mortos de maneira a evitar a permanência de carcaças nos campos, tem vindo a levar a diminuição dos recursos alimentares disponíveis para esta espécie. Perante as alterações legislativas comunitárias decorrentes da crise da encefalopatia espongiforme (doença das vacas loucas), foram criados sistemas de recolha de animais mortos, retirando assim dos campos centenas de toneladas de carcaças, diminuindo ainda mais as disponibilidades alimentares. Além disso os envenenamentos nos campos atingem também esta ave.

Na actualidade existem ainda práticas funerárias onde os cadáveres são colocados ao ar livre e expostos aos abutres: os "Parsis de Bombaim" depositam os corpos dos defuntos nas chamadas "Torres do Silêncio", quase como que em oferta aos abutres, e alguns monges tibetanos oferecem aos abutres, pedaços dos corpos dos falecidos.

A imagem dos abutres mesmo hoje em dia é quase sempre associada a morte, no entanto a sua presença pode ser considerado como um indicador da saúde dos ecossistemas.


"Gyps Fulvus", Jardim Zoológico de Lisboa - Maio de 2010 ©

Pavo Cristatus

Ave de excepcional beleza, que inspirou outrora lendas mitológicas, pode ser vista em vários parques e jardins do país: no jardim zoológico, junto ao Castelo de S. Jorge e noutros numerosos locais, pois a espécie é criada em cativeiro junto com outros faisões.

O pavão-indiano ("Pavo cristatus"), também conhecido por pavão-comum ou pavão-azul, é uma ave da família dos "Phasianidae" (a mesma família dos faisões).

Alimentam-se de pequenos animais invertebrados, de insectos, sementes, folhas e pétalas.

São criados frequentemente em cativeiro em jardins e parques, no entanto inicialmente estas aves encontravam-se em florestas (junto a rios) no Sri-Lanka e na Índia Ocidental, sendo considerada neste último país como ave nacional.

Apresentam dimorfismo sexual: o macho possui uma cauda com cerca de 1,60m, que abre em forma de leque durante a parada nupcial, o pescoço azul e cores bastante intensas, enquanto a fêmea possui pescoço verde, penas cinzentas e não possui uma cauda tão exuberante.
As fêmeas medem cerca de 86 cm de comprimento e pesam cerca de 3,4 kg, enquanto os machos medem em média 2,2 m quando incluída a sua plumagem de acasalamento (107 cm quando só o corpo) e pesam cerca de 5 kg.

A fêmea põe entre 3 a 6 ovos num ninho rasteiro, durando a incubação cerca de 4 semanas. Os ovos são castanho claros e são postos um por dia, geralmente de tarde. O macho não ajuda no cuidado dos ovos e é polígamo, podendo ter até seis fêmeas.

O pavão pode viver em média entre 20 a 25 anos.

"Pavo Cristatus", Jardim Zoológico de Lisboa e Castelo de S.Jorge - Janeiro/Maio de 2010 ©

sábado, 15 de maio de 2010

Good news

"Uma mutação genética que pode provocar doenças auto-imunes como a diabetes tipo 1 confere aos seus portadores uma inusitada vantagem: os seus organismos passam a combater o VIH. A notícia abre uma nova frente na tentativa de criar uma vacina contra o vírus da sida, revelaram à revista Nature os cientistas da Universidade de Harvard e do MIT(...)A mutação estudada é identificada pela sigla HLA B57 e faz com que os linfócitos - células de defesa do sangue - actuem de forma mais abrangente. Estes são capazes de capturar vírus que sofreram mudanças e poderiam passar despercebidos pelo sistema imune..."
Jornal Destak

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Pink

A Sociedade Portuguesa para o Estudo de Aves (SPEA) confirmou ontem a existência de ninhos de flamingos pela primeira vez no Algarve, na lagoa dos Salgados.
Se a reprodução for bem sucedida será a primeira nidificação conhecida desta ave no território português.
A existência do flamingo (Phoenicopterus roseus) chegou a estar ameaçada na área do Mediterrâneo, nidificando actualmente apenas em Espanha, França, Itália, Grécia e Turquia.

Na fotografia é um flamingo-americano ("Phoenicopterus ruber"), esta espécie não está presente no nosso país. Aqui apenas estão presentes exemplares do flamingo comum ("Phoenicopterus" roseus") e do flamingo-pequeno ("
Phoenicopterus minor"), mais raro.

Em Portugal a ave pode ser observada em vários locais como o estuário do Tejo e em zonas húmidas; no Algarve encontram-se abundantemente por exemplo junto as salinas de Castro Marim.


"Phoenicopterus ruber", Jardim Zoológico de Lisboa - Maio de 2010 ©