domingo, 17 de abril de 2011

Santa Tecla

Povoado castrejo de Santa Tegra (ou Santa Tecla) - Galiza (Espanha)
O castro de Santa Tecla ("Santa Tegra") está estrategicamente colocado no alto de um monte e rodeado por uma muralha defensiva (com duas portas). A sua localização era simultaneamente excelente em termos defensivos (pois permitia a visualização de uma grande área territorial e controlar a navegação sobre o Rio Minho) e económicos pois encontrava-se junto à costa e ao estuário do rio o que permitia acesso a peixe e a marisco.
Urbanisticamente podem encontrar-se casas de planta redonda ou ovalada com um vestíbulo (dito em forma de "patas de caranguejo") que são do período de ocupação mais antiga do castro. Mais recentes de influência romana são algumas casas com planta quadrada que também se podem encontrar.
Terá sido habitado desde 1900 a.C., até 68 d.C, sendo nos seus últimos tempos conquistado e influenciado pelo povo romano como indicam as moedas, ânforas e outros vestígios... que se podem visualizar dentro do pequeno museu do Castro. 
Reconstrução de uma habitação da época castreja - Galiza (Espanha)
Não sou geralmente apoiante das reconstruções, mas quando são bem feitas e esteja claro como foram feitas, em que se basearam e que visem melhorar a capacidade da arqueologia se aproximar mais no diálogo com a "população comum", acho que pode ser uma mais valia. Portanto neste caso específico tanto as duas reconstruções que lá foram feitas como o alteamento de muros devidamente assinalado parecem-me uma boa forma de as pessoas conseguirem perceber com mais clareza como se vivia no castro.
Quem visitar o local deve também procurar os petróglifos atribuídos a Idade do Bronze na parte sul do castro, que quando a mim deveriam estar mais protegidos, pois já se apresentam com elevado estado de erosão e a continuar assim correm risco de preservação devido à exposição aos elementos naturais sem qualquer tipo de protecção.

6 comentários:

  1. Um lugar cheio de histótia. Bonito click, o primeiro

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  2. Obrigada Fábio. A segunda não está tão bem por causa do sol que queimou um pouco ali a cor do céu, mas para a apanhar da maneira que queria com o Minho de fundo teve de ser assim.

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  3. Gosto muito desta zona.. as imagens estão muito bem conseguidas..e a informação é sempre importante.

    Jorge

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  4. Gostava de poder escrever mais neste blog, mas nem sempre me é possível. As vezes falta-me inspiração, outras vezes não gosto do que escrevo e acabo por não publicar...
    Também gosto muito desta zona, aqueles habitantes do castro souberam mesmo escolher o sítio para viver.

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  5. Através da reconstrução, podemos ter uma boa ideia de como o castro era realmente. Acho que desde as reconstruções (porque não fazer numa zona à parte) não danifiquem as ruínas propriamente ditas, elas são bem-vindas.

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  6. O problema é esse Remus muitas vezes as reconstruções são feitas em materiais que não são reversíveis e que comprometem a própria conservação das ruínas, além de as vezes me parecerem ser fruto de imaginação e não de estudos apoiados nos vestígios arqueológicos... Isso de fazer numa zona a parte como fizeram com as grutas de Lascoux é uma excelente ideia, mas o difícil é existir dinheiro para fazer algo assim. A cultura nunca é prioridade, muito menos no presento momento...

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